que
me acolhe, no qual me enrolo
num
casulo de folhas intrigantes,
onde
fico dobrada em dois
e
com a alma quieta,
este
Brasil espera,
que
eu, pequena itinerante,
como
uma borboleta
abra
as asas e voe.
Voe
da orquídea ao Flamboyant
da
bromélia ao Salgueiro,
do
Manacá da Serra tricolor,
ao
alto e azul Jacarandá,
do
Mulungu precioso
ao
Pau Brasil cheiroso!
Assim
eu ando como um inseto errante,
ando
de olhos abertos
com
a emoção em brasa;
tempo
atrás deslizei nos pampas selvagens
a
lombo de cavalo
queimei-me
sem água
no
árido sertão,
banhei-me
na areia
das
dunas de Natal
e
me molhei de luz
na
tepidez do mar,
noturno,
em Salvador.
Vesti
de verde meu louco coração
na
Amazônia encantada,
ficando
em pé num barco
cruzando
o Solimões,
onde
a grandiosidade da floresta
anula
a força da razão.
E
me acordei vagando
em
misteriosas serras
com
seus cactos antigos
e
suas lajes de pedra
e
sua sensualidade
nas
festas de São João.
Meu
belo Pernambuco
há
de acolher-me
quando
me leve à morte,
e
eu lhe deixarei
um
livro de poemas,
para
que saiba de todos meus amores
e
também de todas minhas penas.
Dea Coirolo - copyright
Junho/29/2008 - Gravatá
Fotoweb: Manacá da Serra Tricolor
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