terça-feira, 23 de abril de 2019

EN LUCHA CON PALABRAS POR LA PAZ DE LAS MUJERES







GARZAS BLANCAS
Texto contra la violencia religiosa a la mujer en los Conventos.

         Garzas blancas las monjas mejicanas caminan por las calles, agitando las alas. Son aves religiosas, inútiles, perplejas, porque una cadena de cuentas de rosario, encarcela en novenas todo un mundo de goces, cerrándoles los labios.
         Terribles emisarios de castigo e pecado las pones en silencio, encerradas en claustros. Pobres garcitas blancas de toca almidonada, ya no tienen guedejas que puedan sacudir. Trancadas en sus celdas, solo les queda el sueño de esperar por un hombre; un audaz adversario que lama sus heridas, que queman en su vientre como velas bandidas.
         En el Convento obscuro, en insomnio nocturno piensan alucinadas en una llaga viva, que se esconde en el pubis, como una rosa abierta. Me apenan estas monjas, sin cantos en su vida, como unas garzas blancas sobre un campo segado, van buscando alimento para encontrar heridas.
         Hoy se sabe que muchas, rezando el Padre Nuestro levantaron sus faldas, para ofrecer a un Padre, a un Obispo, a un santo cualquiera, que cínico, le arrulló al oído. Son hombres demoniacos, que obtuvieron la rosa, la santa rosa abierta que aun siendo un capullo, les florecía entre los muslos.
Y después las sacrosantas Madres, de alcurnia superior, enterraron las semillas del hurto en los patios de piedra, en el suelo sagrado bendito por Jesús, marido idolatrado.
         Hoy se han descubierto historias de Conventos que hacen aullar los lobos, que se esconden detrás de las sotanas. Hoy se abrieron las tumbas pequeñitas, se rasgaron los hábitos, se pisotearon tocas.
         No es de hoy la violencia contra las pobres mujeres trancadas en sus mitos.
         Son garzas blancas las Monjas mejicanas que sacuden sus alas, libertas de sus ritos. Y yo una visitante me conmuevo al verlas en esta tierra hermosa. En esta tierra hermosa de agaves, de misterios, de gigantes pirámides, de mariachis, de bordados perfectos coloridos, de serpientes de piedras que muestran la riqueza de la cultura azteca. 
         Recuerdo que mi madre cantaba con una bella voz, una música que decía: _”Méjico lindo y querido/ si muero lejos de ti/ que digan que estoy dormido/ y que me traigan aquí”.
         Hoy dedico a estas mujeres violadas en los templos mi pensamiento apenado: “levanten vuelo monjitas hermanas mejicanas; libérense de las cadenas engañosas de la violencia escondida detrás de algunos mantos, que nada tienen de santos. Las garzas mejicanas son bellas, levantan vuelo desde el lago con una estética impecable”.
         Vuelan alto unidas en formación. ¡Imítenlas!

Dea Coirolo.
Gravatá – PE – 23/04/2019


  
Nota de la autora: “Este texto está basado en notas que hice en Ciudad de Méjico hace mas de 20 años. Hoy encontré los apuntes guardados desde aquella época y los actualicé entendiendo que la violencia contra la mujer se encuentra en todos los espacios, domésticos, estudiantiles, profesionales y religiosos como en este caso”.
“Como Embajadora de la Paz, del Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix, France & Suise, lucho a través de las letras contra este bárbaro flagelo que no deja a las mujeres vivir em paz”.  

quarta-feira, 17 de abril de 2019

LARANJAL Município de Sairé


Este poema pertence ao Livro MANDACARU, de Dea Coirolo

No monte Boca da Mata
uma cidade surgiu
e pelos seus arredores
com essências de neróis
perfumes de brancas flores.
Flores cheirosas dão sorte
fidelidade e amor
fazendo do casamento
um estado bem melhor.
Se a noiva no ramalhete
coloca um belo buquê
de azahares delicados
embebidos de fragrância,
os capulhos aromados
envolvem os namorados
com brisas doces de fé.
As laranjas redondinhas
dão encanto a Sairé
os homens plantam e colhem
as peras e mexericas,
murcotes, cravos, baía,
lima, limão e ponkan.
As velhas tangerineiras
tingem de cor as colinas
pintam as verdes encostas
sobem os morros audazes
decoram santos outeiros
com amarelos radiantes.
Frutos maduros pendentes
dão trabalho na colheita,
os homens ganham dinheiro
e melhora o Município
de Sairé por inteiro.
Com a Festa da Laranja
música, canto, sabor.
-Um suquinho de laranja
Senhorinha por favor,
pra refrescar a garganta
e benquistar amizades
e conquistar um amor.
Assim dizem os peões
com seus ganhos bem felizes
abraçando suas paixões
para dançar um forró.
Sairé terra de amores
de alaranjadas frutíferas
de bendito ganha pão,
se destaca em Pernambuco
por produzir a ponkan,
que veio de lá da Ásia
e que aqui frutificou
dando riquezas a muitos
e para outros, sabor.
Sairé leve, aromática
terra boa de fragrância,
fascinada em tua presença
vou colheitando laranjas,
carnudos cítricos doces
que me dão boas lembranças
do quintal do meu avô,
que lá no Uruguai longínquo
nas serras do Cerro Largo
seus laranjais plantou...
Terra bonita e cheirosa
que dá laranja de umbigo,
fruta santa e mui formosa,
e as rainhas do agreste
suas laranjas mimosas!
Quando me invade
a saudade,
venho logo a Sairé
para a Festa da Laranja
ou Festa do Buscapé...

Dea Coirolo
Sairé, 10 de outubro de 2018

A NOITE DO SILÊNCIO



15/04/PARIS

Um silencioso manto
cai sobre Paris.
Só se ouvem rangidos.
São madeiras em brasas
desenhando no céu
vermelhos cocares incendidos
que iluminam a noite do espanto.
Sobem as chamas
e dançando à morte
abraçam o pináculo.
O inferno na flecha
se consuma.
Cai a tocha,
a tocha acesa
que fere a alma da França.

Feroz o fogo
por milagre não atinge
os vitrais circulares
das rosáceas.
Em outros, majestosos
de vidros coloridos,
o chumbo feito lágrimas
corre como um rio,
cinzento rio
que ferve, derretido.
Notre Dame de Paris
é uma fogueira insana
que consome seu próprio coração.
O coração religioso,
o coração artístico,
de toda uma nação.

A fumaça se eleva...
corvo gigante e preto
que adeja
as asas do infortúnio
e envenena o ar.
Paira refugo escuro
da beleza desta Catedral.
Catedral de linhas delicadas
exibe arcobotantes
do solo até a parede,
singelos e elegantes.

Displicente voa a ave negra...
Ela não tem consciência
do diabólico mal
do fogo e sua violência.
O silêncio cai sobre Paris...
Emudecem os homens
nesta noite infame;
a humanidade chora
oito séculos de história
da bela Notre Dame.

Dea Coirolo
Gravatá- PE -   15/04/2019.


quinta-feira, 11 de abril de 2019

ACOLHEDOR



 Este Brasil de um verde luxuriante
que me acolhe, no qual me enrolo
num casulo de folhas intrigantes,
onde fico dobrada em dois
e com a alma quieta,
este Brasil espera,
que eu, pequena itinerante,
como uma borboleta
abra as asas e voe.

Voe da orquídea ao Flamboyant
da bromélia ao Salgueiro,
do Manacá da Serra tricolor,
ao alto e azul Jacarandá,
do Mulungu precioso
ao Pau Brasil cheiroso!

Assim eu ando como um inseto errante,
ando de olhos abertos
com a emoção em brasa;
tempo atrás deslizei nos pampas selvagens
a lombo de cavalo
queimei-me sem água
no árido sertão,
banhei-me na areia
das dunas de Natal
e me molhei de luz
na tepidez do mar,
noturno, em Salvador.

Vesti de verde meu louco coração
na Amazônia encantada,
ficando em pé num barco
cruzando o Solimões,
onde a grandiosidade da floresta
anula a força da razão.

E me acordei vagando
em misteriosas serras
com seus cactos antigos
e suas lajes de pedra
e sua sensualidade
nas festas de São João.

Meu belo Pernambuco
há de acolher-me
quando me leve à morte,
e eu lhe deixarei
um livro de poemas,
para que saiba de todos meus amores
e também de todas minhas penas.

Dea Coirolo - copyright
Junho/29/2008 - Gravatá

Fotoweb: Manacá da Serra Tricolor