15/04/PARIS
Um silencioso
manto
cai sobre Paris.
Só se ouvem
rangidos.
São madeiras em
brasas
desenhando no céu
vermelhos cocares incendidos
que iluminam a
noite do espanto.
Sobem as chamas
e dançando à morte
abraçam o pináculo.
O inferno na
flecha
se consuma.
Cai a tocha,
a tocha acesa
que fere a alma da
França.
Feroz o fogo
por milagre não
atinge
os vitrais
circulares
das rosáceas.
Em outros,
majestosos
de vidros
coloridos,
o chumbo feito
lágrimas
corre como um rio,
cinzento rio
que ferve,
derretido.
Notre Dame de
Paris
é uma fogueira
insana
que consome seu
próprio coração.
O coração
religioso,
o coração
artístico,
de toda uma nação.
A fumaça se
eleva...
corvo gigante e
preto
que adeja
as asas do infortúnio
e envenena o ar.
Paira refugo
escuro
da beleza desta
Catedral.
Catedral de linhas
delicadas
exibe arcobotantes
do solo até a
parede,
singelos e
elegantes.
Displicente voa a
ave negra...
Ela não tem
consciência
do diabólico mal
do fogo e sua
violência.
O silêncio cai
sobre Paris...
Emudecem os homens
nesta noite
infame;
a humanidade chora
oito séculos de
história
da bela Notre
Dame.
Dea Coirolo
Gravatá- PE -
15/04/2019.
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