HIBISCO
Têm sóis no
jardim úmido.
Pétalas
amarelas ovais
que brincando
brejeiras com a brisa,
abrem suas
corolas sorridentes
deixando entrever
o vermelho da boca.
Da boca
luxuriosa
que guarda o
gineceu,
e o ardor
fecundante das anteras,
milagre das
sementes,
cápsula original
da espécie.
Belas
malváceas
que cruzaram
as aguas oceânicas,
e trouxeram
com elas
os mistérios
da China,
as cores do
oriente
a delicadeza
das gueixas
e os
místicos sabores dos exóticos chás.
Quando o
Hibisco flora
tem sóis no
meu jardim,
e só de
vê-los, eu deliro e danço,
sinto-me num
povoado
brasileiro-chinês,
onde o verde
selvagem faz a festa
e a cor
radiante da flor
alumia minha
alma estrangeira,
que deslumbrada
chora com a
emoção
da beleza
breve no seu âmago.
Porque sabe
que apenas
há de ser
sempre humana
sensível,
idosa, simples e passageira.
Hoje têm
sóis amarelos no jardim.
Dea Coirolo,
Copyright
Gravatá – PE
– Brasil 24/10/2019
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