Poema de JUAN ANTONIO CORREA (poeta uruguaio).
Traduzido pelo Acadêmico da
ALAOMPE, Anchieta Antunes.
A HORA DO
CLIMAX
A madrugada estende suas coxas
entrecerra suas estrelas e suas luas,
a geada molha a pele de sua espera
e os roedores não vacilam e urbanizam-se,
o todo do nada não se guarda a segredo,
decanta-se o silencio nas pulsações
onde a nevoa sacode-se de tatos,
e na formicação que salpica o
encontro
há caminhos que só se nomeiam a gritos,
o palavrório dos amantes emigra
nos cães lançados à desordem
tudo late no seio do anacrônico,
a escuridão iluminada de milagres
deixa livre ao azar e à circunstancia,
gozam-se de si mesmos os eremitas,
os jardins morrem pisoteados
sob o descontrole sem medida
da febre fria dos sem memória,
tudo acontece sem piedade e sem lagrimas
tudo acontece de alegrias
desarmadas
e no precipitado sangue que ferve.
A madrugada estende suas coxas,
enquanto o alvor respingado de amoricos novos
dilata seu coração com presteza
cálida
de penetrar à consumação elevada
onde morrem os segredos clandestinos
onde proveem-se novos prestígios
onde o desconhecido é o conhecido.
A madrugada estende suas coxas
enquanto o alvor respingado de amoricos novos
corroa a seu tempo na hora distinta
o instante cúspide parido pelo novo dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário