"Bandeiras, bandeirinhas,/Bandas e bandeirolas,/Se sacodem ao ar " |
Vejo minha mãe na tina
Onde lava sua roupa ,
Pulseiras de sabão
Cinzeladas de espuma
Decoram seus dois braços,
Torres de catedrais,
Em galopantes luzes
De santos espirais.
Bandeiras, bandeirinhas,
Bandas e bandeirolas,
Se sacodem ao ar
E exalam o aroma
De seu jardim em flor.
É minha mãe e seu tempo
Que lhe fazem ao vento
Um úmido regalo
Crepuscular de gotas,
Quando o sol se ajoelha
Para secar a roupa.
Lenços e lencinhos,
Panos e paninhos,
Desfilam em arrulho
Seu andar de opereta,
Se reviram dançando
Fazendo uma careta.
De frente para o sol
Se desdobram em gestos
Esgares e momices,
Se inclinam saudando
Em reverências loucas.
Seus corpos lânguidos
Soluçando declinam
Quando o poste lhes toca,
E ao arame abraçados
Beijam-se na boca.
É minha mãe e seu tempo,
Que lhe fazem ao vento
Um úmido regalo
Crepuscular de gotas,
Quando o sol se ajoelha
Para secar a roupa.
A minha mãe, Ethel Coirolo Martinez de Garcia.
Tradução para o português em
Gravatá - PE , outubro de 2010.
Academica Dea Cirse Garcia Coirolo (ALAOMPE)
Lindo poema!!
ResponderExcluir